Bondes em Campinas

História dos Bondes na cidade de Campinas

História dos Bondes

Bondes na cidade de 1879 a 1968.

No ano de 1872 a ferrovia a vapor chegou de São Paulo,

O sistema de bondes iniciou nas ruas da cidade de Campinas em 1879 movidos com tração animal (puxados por mulas).

A ferrovia a vapor chegou de São Paulo no ano de 1872, em 1878 foi criada a Companhia Campineira de Carris de Ferro.

O serviço de de bondes na cidade de Campinas começou nas ruas da cidade de Campinas no dia 25 de setembro de 1879, inicialmente movidos com tração animal (puxados por mulas). A companhia foi estruturada para levar os passageiros da ferrovia na praça da Estação até a praça José Bonifácio, largo da Catedral Metropolitana, através da Rua Treze de Maio.

No início a companhia incorporou quatro carros de tração animal (puxados por mulas) da Companhia John Stephenson em Nova York, inaugurando a nova linha em 25 de setembro de 1879 e mais tarde adquirindo mais alguns bondes desativados da Companhia Viação Paulista, usados da cidade de São Paulo que foram operados em cinco linhas.

Em 1904 era fundada em Campinas a Cavalcante, Byington & Cia., para aproveitar a queda d’água no Rio Atibaia, gerando energia elétrica. Empresa criada pelos empresários: Albert Jackson Byington, Francisco Villela de Paula Machado, Artur Moraes Jambeiro Costa e Arthur Furtado de Albuquerque. Em 1905 começa a construção da sua primeira hidroelétrica, a Usina do Salto Grande, na fazenda do mesmo nome localiza no Município de Campinas;

Turbinas hidroelétricas da Usina de Salto Grande construída no Rio Atibaia em Campinas em 1906.

1906 – Começa as operações da Usina de Salto Grande, com capacidade inicial de 720 Kw fornecida por um único gerador, mas no princípio a energia produzida é destinada apenas para Itatiba e para o Distrito de Sousas em Campinas. Não era permitido a Cavalcante, Byington & Cia. estender os postes de transmissão de energia elétrica ao centro da cidade por já existir concessão para outra empresa de iluminação urbana, a Companhia Campineira de Iluminação a Gás.

Eletrificação dos Bondes

Em 1910 foi criada uma nova empresa, a Companhia Campineira de Tracão, Luz e Força (CCTLF) para fazer um sistema elétrico de bondes. Em 1911 encomendou 8 novos bondes com dez fileiras de bancos da empresa J. G. Brill, Filadélfia, EUA, e iniciou a construção de uma nova linha.

No dia 24 de junho de 1912 a CCTLF inaugurou seu sistema de bondes elétricos com bitola métrica na cidade que utilizavam uma rede elétrica de corrente contínua, com tensão de 600 volts e sua bitola era de 1000 mm, a mesma usada pelas ferrovias de maior porte, como a Mogiana.

Na década seguinte a companhia adquiriu mais 8 bondes da Brill, em seguida construiu seus próprios veículos baseados no modelo americano. Posteriormente em 1923, trouxe mais 8 veículos que estavam circulando na Filadélfia, Estados Unidos.

A cidade de Campinas ainda teve uma das poucas linhas de bonde interurbanas, o Ramal Férreo Campineiro que possuia bitola de 600mm, uma herança da ferrovia a vapor entre Campinas e o distrigo de Sousas.

Com a inviabilidade de se manter os trens do Ramal Férreo Campineiro (RFC, ou Tramway Eléctrico Campineiro), em 18 de março de 1917 a CCTL&F decidiu comprar a empresa e desativou definitivamente o uso dos trens, finalizando a circulação da "cabrita" 23 anos após sua viagem inaugural, causando comoção geral nos moradores e usuários.

 

Bondão

Um serviço de bondes foi disponibilizado como alternativa para ligar a cidade de Campinas a Fazenda Cabras no distrito de Joaquim Egídio, e em 1919 passa a circular o "bondão", apelido dado por ele ser bem maior que os bondes abertos da área urbana.

Em frente a Estação de trens da Companhia Paulista ficava o ponto inicial, de lá seguia pela Av. Andrade Neves, passando pelo bairro Guanabara, fazenda Vila Brandina situada pouco antes da Estação Engenheiro Cavalcante (na época uma parada com plataforma simples e descoberta em uma das mais importantes fazendas de gado leiteiro da região) e finalmente atingia a zona rural em Sousas e Joaquim Egídio.

Em 1911 a linha é comprada pela CCTLF e convertida em bitola métrica. No dia 18 de março de 1917 era inaugurando o percurso de 17km. No ano de 1919 o percurso foi estendido em 15km até o bairro rural das Cabras no distrito de Joaquim Egídio

Nos anos de 1930 a companhia refez muitos de seus bondes com vestíbulo fechado, a parte de cima em arco e 9 fileiras de bancos no lugar das antigas 10.

Em 1928 a linha foi adquirida pela companhia americana Electric Bond & Share, e novamente vendida em 1946 para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) que em 1952 vendeu para a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). Para a linha das Cabras a EFS comprou quatro bondes simples de segunda mão da cidade de Belo Horizonte-MG.

No dia 30 de setembro de 1954 o sistema de bondes da cidade foi absorvido pela Companhia Campineira de Transportes Coletivos (CCTC), que contava na época com 28 bondes, 13 linhas em 26km de percurso comprado pela prefeitura por Cr$ 3.000.000,00. A CCTC chegou a ter 58km de trilhos implantados na cidade.

Em 10 de fevereiro de 1960 a linha da EFS até Cabras foi fechada, os 7km iniciais se tornam a linha 14 de bondes.

Com o aumento do tráfego de automóveis na cidade, o sistema de bondes campineiro que tinha estrutura simples - passava por ruas estreitas, utilizava mão única - atravapalha a circulação dos veículos motorizados, pois haviam desvios em determinados pontos das rotas para permitir a passagem de outro bonde da mesma linha ocupando quase toda a largura da rua. Isso contribuiu para o processo de extinção das linhas que iniciou no ano de 1964. O último bonde passou na noite da sexta-feira do dia 24 de maio de 1968 deixando saudades para muitos usuários do sistema de transporte.

No dia 5 de novembro de 1972 a Prefeitura Municipal de Campinas inaugurou uma linha interna circular com quatro bondes e pouco mais de 3 km ao redor da Lagoa do Taquaral, que em 1980 teve o nome alterado para Parque Taquaral.

Hoje podemos matar a saudade desse tempo fazendo um passeio turístico no Parque Taquaral.

Bonde curiosidades:

As Rotas dos Bondes em Campinas

Linha n.º 1

Vila Industrial - ponto de partida na Av. Francisco Glicério, em frente aos Correios e Telégrafos, seguido pelas uas Conceição, Barão de Jaguara, Av. Dr. Moraes Sales, Viaduto Paulista, Av. João Jorge, ruas Sales de Oliveira, Pereira Lima, Jóquei Clube, Dr. Mascarenhas, Av. Andrade Neves, Rua 13 de Maio e, por esta, até o ponto de onde partia.

Linha n.º 2

Vila Industrial - o ponto inicial era na Praça José Bonifácio (Largo da Catedral), seguia pela Av. Francisco Glicério, Rua General Osório, Av. Andrade Neves, ruas Dr. Mascarenhas, Pereira Lima, Sales de Oliveira, Av. João Jorge, Viaduto da Paulista, Rua Moraes Sales, Av. Francisco Glicério e, por esta, até a Praça de partida.

Linha n.º 3

Guanabara - saia da Praça José Bonifácio (Largo da Catedral), seguia pela Av. Francisco Glicério, ruas General Osório, José Paulino, Barão Geraldo de Rezende, Av. Barão de Itapura, até o Liceu N.S. Auxiliadora, de onde voltava pelo mesmo percurso até a Rua José Paulino, entrando pela Rua 13 de Maio em direção ao seu ponto inicial.

Linha n.º 4

Taquaral - partia da Praça Bento Quirino, atingindo as ruas Sacramento, Marechal Deodoro, Dr. Quirino, Major Solon, Paula Bueno até a Amador Bueno, de onde retornava pelo mesmo percurso.

Linha n.º 5

Estação - Circular, saía da Praça José Bonifácio (Largo da Catedral), seguindo pela Av. Francisco Glicério, Rua General Osório, Av. Andrade Neves, Praça Floriano Peixoto (Largo da Estação), Rua 13 de Maio até o ponto inicial.

Linha n.º 6

Cambuí - iniciava na Rua Dr. Quirino, descia a Rua Thomas Alves, prosseguia pela Av. Anchieta, Rua General Osório, Av. Júlio Mesquita, ruas Olavo Bilac, Santos Dumont, Cel. Quirino, Conceição, Av. Júlio Mesquita, ruas General Osório e, pela Dr. Quirino, atingia o ponto inicial.

Linha n.º 7

Cambuí - também circular, como o outro, partia da Rua Dr. Quirino, descia a Rua Thomaz Alves, caminhava pela Av. Anchieta, Rua General Osório, sendo o restante o percurso similar ao anterior.

Linha n.º 8

Bonfim - Partia da Praça José Bonifácio, seguindo pela Av. Francisco Glicério, Rua General Osório, Av. Andrade Neves, Rua Dr. Mascarenhas, Av. Governador Pedro de Toledo e Praça Izidoro Dias Lopes, Rua Erasmo Braga, de onde voltava pelo mesmo percurso até a Av. Andrade Neves, passando pela Praça Floriano Peixoto (Largo da Estação), descendo, depois a Rua Treze de Maio até o local de partida (Praça José Bonifácio).

Linha n.º 9

Botafogo - partia da Praça José Bonifácio, seguindo pela Av. Francisco Glicério, ruas Gal. Osório, Saldanha Marinho, Hércules Florence, Culto à Ciência, Barão de Itapura, Av. Andrade Neves, Praça Floriano Peixoto (Largo da Estação), Rua 13 de Maio, até o ponto inicial. Segundo realtos, era o mais alegre por transportar grande número de adolescentes que se dirigiam ao tradicional Colégio Culto à Ciência, isto dava muito trabalho ao seu cobrador, pois tantos os meninos quanto as meninas que além da gritaria e do gargalhar, sempre contrariavam as normas estabelecidas e se amontoavam pelos estribos do bonde a fim de demonstrar valentia e descumprimento às leis.

Linha n.º 10

Castelo - o ponto de partida era na Praça Bento Quirino, seguindo pelas ruas Sacramento, Marechal Deodoro, Dr. Quirino, Av. Dona Libânia, Av. Orosimbo Maia, Av. Brasil, ruas Joana de Gusmão, Barros Monteiro, Pereira Tangerino e Oliveira Cardoso, onde estava o o final da linha bem perto à Torre do Castelo. A volta era pelo mesmo itinerário.

Linha n.º 11

Avenida Saudade - Ponte Preta - Fundão - saía da Av. Francisco Glicério, em frente aos Correios e Telégrafos, indo pelas ruas Conceição, Barão de Jaguara, Abolição, Álvaro Ribeiro, Av. Saudade até o portão do Cemitério, de onde voltava pelo mesmo trajeto até o cruzamento das ruas Barão de Jaguara e Moraes Sales, prosseguindo por ela até a Av. Francisco Glicério, e por esta, até o ponto inicial.

Linha n.º 12

Bosque - partia da Av. Francisco Glicério, em frente aos Correios, seguindo pelas ruas Conceição, Barão de Jaguara, Av. Dr. Moraes Sales, Antônio Cesarino, Duque de Caxias, Padre Vieira, Rua Proença (final da linha), de onde voltava pelo mesmo percurso até a Av. Dr.Moraes Sales, quando entrava pela Av. Francisco Glicério até o ponto inicial.

Linha n.º 13

Vila dos Alecrins - Praça Municípios de São Paulo ou Praça Municípios - partia da Rua Dr. Quirino com Rua Thomas Alves, seguindo pela Rua Major Solon, Av. Orozimbo Maia, ruas dos Alecrins, Antônio Lapa, Capitão Francisco Paula, Querubim Uriel, até a Vila Estanislau, seu ponto final. Voltava pelo mesmo itinerário.

Linha n.º 14

Boa Esperança - Esta foi a linha estabelecida pela CCTC para repor a antiga linha da CCTL&F. Praticamente era de percurso idêntico à linha original da CCTL&F. Seu ponto final era no bairro Boa Esperança, conhecido vulgarmente na época por "Fura Zóio". Essa última parada ficava à poucos metros dos limites da fazenda Vila Brandina, por onde anteriormente os trilhos continuavam seu caminho em direção à Sousas.

 

Fontes de pesquisa: